Seguidores

sábado, 9 de setembro de 2017

SILENCIAR A VÍTIMA



É claro que eles o fazem porque não querem que a verdade venha à tona.
Isso vale para toda forma de abuso: mental, sexual, físico, psicológico, verbal, espiritual seja com adultos seja com crianças.
Os abusadores sabem que estão fazendo algo errado.
Eles escondem a conduta deles ou tentam silenciar você, porque eles SABEM que o que estão fazendo está errado.
No entanto, ninguém os forçou a isso, eles o fizeram por livre escolha própria.
E como é que eles manipulam este silêncio?
– ameaçando a vítima
– envergonhando a vítima
– mentindo sobre a vítima, inclusive por omissão, deixando que os outros acreditem em fatos não verdadeiros sobre a vítima
– gaslighting ou confundindo a vítima a ponto de ela não confiar em si mesma nem na sua capacidadade de perceber a realidade
– culpando a vítima
– chantageando (a família vai sofrer, por exemplo)
– difamando a vítima, desacreditando a vítima, reforçando falsas crenças sobre a vítima
– tornando a vítima bode expiatório.
– dizendo que a vítima está maluca
– alienando a vítima da família, do grupo de apoio
– evocando compaixão da vítima pelo abusador
– minimizando o abuso praticado contra a vítima
A lista continua. Cada um dos sobreviventes pode acrescentar algum item.
Nenhuma dessas táticas prova que o abusador está certo.
Nenhuma dessas táticas significa que a vítima tem que calar.
Nenhuma dessas táticas significa que a vítima é culpada.
Nenhuma dessas táticas obriga a vítima a sentir pena do abusador.
É MANIPULAÇÃO, beneficiando o abusador.
Porque o abusador que é o fraco, o vergonhoso, o culpado, o errado, o covarde, que não tem a capacidade ou a coragem de assumir quem realmente é.
É preciso de tempo, às vezes muito tempo, para processar tudo isso.
Mas é necessário, é parte indispensável da cura.

CURANDO A FERIDA DO ABANDONO


A ferida do abandono é pouco considerada na área da saúde mental. Assim como o trauma complexo não tem classificação no DSM e, portanto não pode ser diagnosticado, a ferida do abandono não está lá como causa de algumas doenças mentais que existem.
O abuso narcisista causa, entre outros males, a ferida do abandono. Abuso não acontece apenas em decorrência de violência física, verbal ou sexual. Muitas vítimas de abuso nem sofreram com alguém gritando com elas. Simplesmente foram negligenciadas e ignoradas.
O abandono emocional acontece quando alguém importante para você o descarta, ignora, desvaloriza ou nem reconhece. Este tipo de lesão invisível causa muito estrago no receptor. Nesse caso a palavra “receptor” é irônica, pois o receptor não recebe nada, e este é o fulcro do problema. Esse nada perfura fundo o coração do alvo. Ninguém vê isso, esse abuso fica escondido, e a vítima se sente vazia e invisível.
As vítimas de abuso declarado muitas vezes desejam exatamente isso: ficar invisíveis e se esconder. Porém, é um equívoco acreditar que ser invisível para um ente querido ou mesmo para alguém que não nos é importante seja algo bom. Temos a necessidade básica de nos sentirmos importantes para os outros.
Sentir-se invisível para quem se ama é uma ferida existencial. Além de sentir que você não importa para o outro, você se questiona se tem direito de existir. Pesquisas mostram que uma das maneiras básicas de lesar uma pessoa é retirá-la do contato humano, especialmente da comunicação com outro ser humano.
Uma das formas de abuso narcisista envolve o controle da comunicação. Isso acontece por meio de conversas enlouquecedoras, isolamento, salada de palavras, evitar tocar num assunto importante para o outro, esquivar-se de resolver conflitos, ignorar, não ouvir, e assim por diante.
Uma das armas que os narcisistas e outros abusadores emocionais usam é o silêncio, que causa profundo sentimento de abandono no receptor. A repetição constante do tratamento de silêncio acaba levando algumas vítimas às drogas, anti-depressivos/ansiolíticos, ou mesmo tentativas de suicídio, para fugir do terrível vazio.
A ferida do abandono pode ser causada também por progenitores negligentes ou ausentes. Não é fácil você explicar para si mesmo o porque desse abandono. Você pode achar que não merecia mesmo, que não vale nada, fica com raiva, ou tenta dar a volta por cima, ignora o progenitor ausente, mas a ferida ainda está lá, e as consequências existem para o resto da vida. O abandono leva a diversos mecanismos de defesa.
Para se curar de qualquer tipo de perda, a solução principal é vivenciar o luto. Se você foi abandonado, temporariamente ou permanentemente, então você está ferido.
Você pode tentar o seguinte:
  1. Escreva uma carta para quem o abandonou, conte o que sente, mas não entregue essa carta para a pessoa. Você a escreve para processar seus sentimentos.
  2. Escreva uma carta para os seus sentimentos de anseio, de saudade, de tristeza, de desespero. Verifique onde no seu corpo estão esses sentimentos. Você até pode fazer um desenho. Fique um tempo sentindo seus sentimentos.
  3. Deixe-se sentir. Entre nos seus sentimentos e os sinta profundamente, passe pela experiência do luto. Isso acelera o processo de cura.
Depois, faça uma imagem de você mesmo curado. Imagine a parte de você que se compadece de você mesmo. Ela é o seu salvador, pois dentro de você há amor, tempo, empatia, esperança e incentivo.
Identifique seus mecanismos de defesa: com o que você está tentando compensar o vazio do abandono? Com comida? Sexo? Vício em trabalho? Diversão desenfreada? Remédios? Depressão? Ansiedade? Doenças?
No final das contas, você descobre que tem uma vida para viver, apesar de qualquer ferida que sofreu. Você descobre que poderá encontrar esperança, amor e uma boa vida com propósito. Você precisa validar seus sentimentos, reconhecer a perda, e recomeçar.
por Júlia Bárány

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

SOCIOPATIA


Distúrbio mental caracterizado pelo desprezo por outras pessoas.
Comum
Mais de 150 mil casos por ano (Brasil)
O tratamento pode ajudar, mas essa doença não tem cura
Requer um diagnóstico médico
Não requer exames laboratoriais ou de imagem
Crônico: pode durar anos ou a vida inteira
Pessoas com transtorno de personalidade antissocial (TPAS) podem começar a demonstrar sintomas na infância, mas não é possível diagnosticar a condição até a adolescência ou idade adulta.
Quem tem transtorno de personalidade antissocial costuma mentir, infringir leis, agir impulsivamente e desconsiderar sua própria segurança ou a segurança dos outros. Os sintomas podem diminuir com a idade.
O tratamento pode incluir psicoterapia e apoio aos familiares afetados.
Idades afetadas
0-2
Nunca
3-5
Nunca
6-13
Nunca
14-18
Comum
19-40
Comum
41-60
Comum
60+
Comum

Fontes: Hospital Israelita A. Einstein e outros. 

SINTOMAS:
Requer um diagnóstico médico
Quem tem transtorno de personalidade antissocial costuma mentir, infringir leis, agir impulsivamente e desconsiderar sua própria segurança ou a segurança dos outros. Os sintomas podem diminuir com a idade.
As pessoas podem ter:
No comportamento: comportamento antissocial, comportamento manipulador, comportamentos de risco, desonestidade, hostilidade, irresponsabilidade, agressão, impulsividade, irritabilidade ou falta de moderação
No humor: descontentamento geral, raiva ou tédio
Também é comum: abuso de substâncias, dependência física de substâncias ou narcisismo.

TRATAMENTO:
O tratamento é feito por meio de terapia
O tratamento pode incluir psicoterapia e apoio aos familiares afetados.