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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

ESTADO EMOCIONAL/PSICOLÓGICO DA VÍTIMA DE ABUSADOR EMOCIONAL


Você chega ao consultório como uma vítima de sequestro e de estupro.
A diferença é que o sequestro que você sofreu pode ter levado anos, sua vida inteira foi sequestrada, sua alma, seu coração, sua profissão, sua família, suas finanças.
O estupro não foi uma vez só, mas inúmeras vezes, e você só descobre isso quando constata com horror que jamais houve amor da outra parte, apenas uma estratégia de manipulação para obter de você o que o outro queria. Jamais houve honestidade, nem bondade, nem comprometimento.
Você foi traída no fundo do seu ser, naquilo que é mais caro, mais íntimo e mais vulnerável.
Ninguém acredita em você, nem você mesma. Até culpam você por ter caído nessa armadilha. Afinal, você, uma pessoa inteligente, sensível, ativa, como foi possível ser tão boba? Você também se culpa. Com certeza você fez algo de errado.
Criticar você por ter caído nessa armadilha é o mesmo que castigar alguém que caiu fora do barco no mar gelado e mal consegue se debater para ficar à tona.
Você nem sabe mais quem você é. Não sabe o que de fato aconteceu, pois nada faz sentido. Seus pensamentos e suas emoções estão num emaranhado incompreensível, ilógico e deprimente. Você se sente mentalmente desequilibrada, beirando à loucura.
Entra num círculo vicioso de raciocínios buscando sequências de causa e efeito, mas não encontra lógica alguma e não chega a lugar algum. Seus pensamentos circulam como insetos ao redor de um monte de lixo. Você entra no inútil raciocínio “e se”.  E a dor lancinante no coração grita mais alto do que qualquer outro grito possível, abafando os últimos laivos de equilíbrio.
A lembrança daquele sorrisinho dele de prazer, de divertimento, velado e ao mesmo tempo intencionalmente aparente é de gelar o sangue nas veias. Sorrisinho meio escondido de prazer enquanto você rasgava seu peito, chorava, se descabelava, tentando desesperadamente uma saída.
Nas fases do luto definidas por Elisabeth Kubler-Ross – negação, raiva, barganha, depressão e aceitação –, por vezes você volta à fase de negação dos fatos. Nem encosta na fase da aceitação ainda, muito menos na compreensão. Por vezes fantasia a volta para o estado anterior em que você era paparicada e “amada” pelo psicopata, e se sentia a rainha do mundo. É um orbitar obsessivo em torno do psicopata, uma obsessão que ele metodicamente criou em você.
Todos os seus valores viraram do avesso, seus amigos distantes, sua família afastada. Você perdeu sua posição profissional, nem consegue mais funcionar.
Nas tentativas de agradá-lo, para reconquistar a fase paradisíaca inicial, foi sacrificando tudo. Mas de nada adiantou, só piorou.
Pode apresentar síndrome de pânico, agorafobia, insegurança, instabilidade emocional, incapacidade de gerir sua própria vida, depressão, angústia, ansiedade, medo. O ciúme devora você porque você assiste à glória da felicidade perfeita da criatura com a pessoa que sucedeu você. Você é que não presta. Detalhes da sua vida, sua intimidade, são expostos a público e os dois zombam de você.
É preciso repetir: VOCÊ NÃO FEZ NADA DE ERRADO!
Que tipo de criatura se aproveita do amor, da bondade, do voto de confiança, da dedicação que o outro lhe dá só para sugar mais, tirar mais vantagem e depois destruir? E, ainda por cima, ter prazer em destruir?
Você precisa URGENTEMENTE de ajuda, um bom terapeuta que saiba pelo que você está passando e, acima de tudo, que saiba como ajudar. Vale qualquer recurso que a ajude a começar a por ordem na sua alma devastada. Pois você precisa falar, falar, falar, nem que seja milhares de vezes a mesma coisa, até botar para fora essa loucura toda, até se desintoxicar do veneno que se infiltrou em suas veias, até começar a ter espaço para respirar outra vez.
DESESPERO = SOFRIMENTO – (menos) SENTIDO esta é a definição de Victor Frankl, sobrevivente de campos de concentração, médico, psiquiatra, criador da Logoterapia, autor de O homem em busca do sentido da vida.
A vítima de psicopata perde o sentido de tudo, inclusive de si mesma. Seu sofrimento não tem sentido. Daí o desespero abissal.
Você perdeu as suas barreiras protetoras. Você foi traída e violentada e assim construiu um muro ao redor de seu coração. Você nem sabe se tem um coração ainda.
VOCÊ NÃO FEZ NADA DE ERRADO!
VOCÊ NÃO ESTÁ LOUCA!

DEPRESSÃO


As perguntas o que estou fazendo aqui, quem eu sou, para onde vou, teimam em nos cutucar cada vez mais nos dias de hoje. Enquanto preenchemos nossos dias e nossas horas com mil ocupações em ritmo frenético, parece que essas perguntas se encolhem. Mas basta uma brecha, lá vem elas novamente bater à porta da nossa consciência.
A busca das respostas leva às síndromes modernas, todas relacionadas à nossa alma.
Ansiedade é a alma não se apossar totalmente do sistema metabólico e com isso focalizar excessivamente o futuro. Companheiro inseparável é o medo. Que será que vai acontecer? Será que vou dar conta? Será que serei aceito? Será? Será? Será?
O sofrimento acontece por antecipação. A pessoa se pre-ocupa, ocupa-se antes de se ocupar com o fato de fato, criando com isso um problema inchado.
Localizada no baixo ventre, a digestão fica comprometida, temos sudorese, palpitação, insônia, respiração ofegante, falta de ar.
Ansiedade tem a ver com a troca que fazemos com o ambiente por meio do ar. Este entra pouco e sai pouco, por isso não é à toa que nossas avós diziam: respira fundo e vai em frente.
Ansiedade intensificada leva à angústia e mais ainda, à agonia, batendo às portas do final, da morte, ao fim da respiração.
Uma palavra nas origens de ansiedade é ankh, a cruz ansata egípcia, símbolo do sopro da vida.
Quando a ansiedade não se resolve, chama a agressividade, que vem do mesmo lugar, do metabolismo, acordando em nós os impulsos instintivos de agredir. Não conseguindo aplacar o nosso medo, projetamo-lo para fora, para os outros.
Pânico fica preso no presente. Sem perspectiva do antes e do depois, o medo é levado a tal grau que paralisa. Localizado no sistema neurossensorial, com sede na cabeça, gera a incapacidade de agir. Inspiramos demais e expiramos de menos.
Depressão é a alma não se apossar completamente do sistema rítmico, da respiração e do coração. Localizada no peito, a região mediana do corpo, temos a sensação de um elefante sentado nele, e nos prendendo ao passado.
Culpa, remorso, autoestima baixa, incapacidade de sair da prisão e agir, mexe com os nossos valores, valores de nós mesmos. Perdemos assim a esperança. Depressão é tristeza sem fim. É inspirar de menos e expirar demais.
Inapetência ou gula desmesurada, na tentativa de preencher o vazio com comida, mexe com a energia e o peso. Quando a depressão se intensifica, leva à autoagressão, ao autoaniquilamento.
Depressão pode vir após estresse prolongado, uma doença difícil, uma situação de vida que parece não ter saída, um abuso, breve ou continuado, um trauma não resolvido.
Depressão mata, por isso é extremamente importante que as pessoas ao redor do deprimido se mobilizem para ajudar a tirá-lo desse poço. Depressão mata não porque seja ela própria uma doença fatal, mas porque ela leva ao esgotamento total da esperança, ao desespero. Daí o corpo adoece com câncer e outros males.
Vemos depressão em crianças que resulta do estilo de vida sedentário e sem motivações das crianças metidas em apartamentos, sem contato com a natureza, sem espaço para correr, brincar, subir em árvores, mexer na terra, explorar o mundo. Criança metida no mundo virtual bidimensional vai definhando. Sua capacidade de raciocínio é limitada porque o raciocínio nasce da exploração do espaço e da manipulação dos objetos nesse espaço, na observação de como as coisas funcionam, para depois ir adentrando a abstração.
A depressão também resulta da falta de contato com outras pessoas, contato verdadeiro, vivo, presencial. Falar com alguém por meios eletrônicos é uma ilusão de contato, não é contato real. Somos criaturas essencialmente sociais, e quando ficamos isolados, perdemos a noção da teia da qual fazemos parte, queiramos ou não, saibamos ou não.
Depressão se instala quando perdemos de vista os nossos objetivos, os nossos ideais. Quando perdemos de vista a dimensão maior da vida, a espiritualidade. Não há pelo que lutar, pelo que se esforçar. Desistimos e deprimimos.

As três, doenças da alma da nossa época, se forem tratadas só com remédios, não se resolvem. Porque a alma clama por uma mudança de vida, de perspectiva, clama por encontrarmos as respostas às perguntas que mesmo que não as tenhamos conscientes, nos cutucam o tempo todo.
É preciso de um processo terapêutico para que encontremos o rumo e o significado de nossa vida.
Se tomarmos muito remédio, que é necessário emergencialmente, abafamos, anestesiamos a capacidade de processar de forma consciente os medos e as perguntas, atividade mesma de cura. Os remédios nos dão a ilusória sensação de que “está tudo bem” quando sob a superfície não está tudo bem.
Todas as doenças começam na alma, então é lá que a cura precisa alcançar.
Recomeçar a vida, renovando por dentro, para que esta renovação se manifeste fora, e reconquistemos um lugar bom para todos vivermos.
Júlia Bárány

O QUE FAZ O NARCISISTA FELIZ?


O que mais faz o narcisista feliz é nunca ter que dizer adeus à sua fonte de suprimento narcisista… você ainda fornece oxigênio ao narcisista?
Uma mulher já está há cerca 20 anos depois do divórcio, com uma vida razoavelmente feliz, somente perturbada pelas reuniões de família, nas quais a dor do passado entra correndo e a empurra de volta àqueles tempos.
Ela relata:
Uma das enormes dificuldades é que, como meus filhos não viram o pai me maltratar, eles não conseguem entender PORQUE eu não quero estar com ele no mesmo ambiente. Até parece que eu é que sou a parte cruel na história!
Eles me dizem para ‘esquecer, virar a página!’. Compartilhei com eles algumas coisas tentando fazer com que entendessem, mas eles não querem ouvir nada negativo sobre o pai e acham que são problemas particulares entre nós. E, porque eu sou uma pessoa empática, AINDA quero que meus filhos tenham uma boa imagem do pai deles!!. Não vejo solução para este dilema a não ser ficar em casa e deixar de ir nessas reuniões da família. Mas isso também não me agrada.
Christine responde:
O que mais faz o narcisista feliz é nunca ter que dizer adeus à sua fonte de suprimento narcisista. O marido citado acima está já com sua terceira esposa, e ainda a primeira esposa gasta muita energia pensando nele, se incomodando e tentando evitá-lo. Isso deve lhe causar felicidade, especialmente por ele ter uma audiência que assiste à angústia da ex-mulher. Essa situação é muito frequente, especialmente quando há filhos envolvidos.
A perspectiva de encontrar-se novamente com o narcisista abusivo mesmo depois de muitos anos decorridos causa ansiedade, inevitavelmente, pois é evocada a dissonância cognitiva que o abusador utilizou abundantemente para torturar psicologicamente sua vítima. Dissonância cognitiva agora é: “Vou? Não vou?”. A mãe não quer decepcionar principalmente os filhos. Não quer ofender o anfitrião. Mas também não quer dar ao abusador a satisfação de ter ganho mais uma parada se ela não for.
Emaranhamento é o jogo final do abusador, e depois da fase do descarte, o narcisista tem outras técnicas para manter você enroscada nele. Embora você não tenha percebido, uma vez que você permitiu que ele entrasse na sua vida, você assinou sem saber um contrato psicológico que amarrou você a ele pelo resto da vida. Assim, sempre que o narcisista precisa de suprimento vai usar a “manobra aspirador” para sugar você de volta na vida dele para ele se divertir. Conseguir sua atenção mantem o jogo funcionando, e não importa se a atenção é positiva ou negativa. As duas servem muito bem ao narcisista patológico.
As vítimas cometem o erro de pensar que quando o narcisista faz isso ele quer é você de volta na vida dele. Mas o que ele quer mesmo é sugar mais oxigênio de você, e descobrir o que você anda fazendo, pois informação dá poder ao narcisista. Uma vez satisfeita a curiosidade dele, ele a deixa em paz por um tempo.
A sua reação à “manobra aspirador” é uma recompensa ao narcisista. Por exemplo, se você tratá-lo bem, ele vai querer essa atenção de novo. Se você o destratar, ele vai querer se vingar e obter a sensação prazerosa de humilhar você de novo.
Se você, a vítima, continua sozinha, ele vai se aproveitar disso, convencido de que você ainda o ama. Então ele vai desfilar com sua nova conquista para tirar mais uma lasquinha de você. Ele quer fazer você acreditar novamente que você foi a errada, e se não o fosse, ainda poderia estar feliz com ele. Os outros não vão perceber a jogada de gato e rato que ele faz, e só verão como ele está sendo amistoso e gentil com você.
Mesmo que você não demonstre seus sentimentos nessa situação toda, os outros vão achar que é você a problemática e a culpada, uma pessoa difícil, no mínimo. Eles até vão atribuir a você ciúmes por ver o seu ex feliz com a outra. Jamais perceberão o jogo sutil por trás dessa história. E enquanto isso, o abusador se mostra surpreso ou constrangido com o seu comportamento. Essa é outra maneira de manipular os outros para que o defendam, a ele não a você! E os outros se afastam de você ou até deixam transparecer que você não é benvinda às reuniões familiares.
Você indo ou não à reunião, o seu ex terá prazer sabendo como você se sente mal com a rejeição dos outros… isso lhe dá o oxigênio que ele tanto anseia. Ele sai cheirando a perfume de rosas enquanto a vítima é rejeitada pela “manobra do aspirador”.
O mundo precisa saber dessas manobras e parar de interpretar os fatos dessa forma totalmente equivocada. A verdade precisa ser vista!
(por Júlia Bárány, baseado em texto de Christine Louis de Canonville, original em: http://narcissisticbehavior.net/one-thing-that-makes-a-narcissist-happy/)

A FUNÇÃO DA DOR


Na minha prática terapêutica, o que busco não é alívio da dor, embora no primeiro momento o alívio seja urgente, pois a pessoa está mergulhada no sofrimento e não consegue viver. As vítimas de psicopata passam por um sofrimento atroz porque em primeiro lugar esse sofrimento não faz sentido. Não há nada que a vítima tenha feito que justifique o abuso sofrido. Em todos os casos que atendi até hoje, o que aconteceu foi exatamente o contrário: a vítima se dedicou, amou, se doou, não só de si, mas de tudo que possuía. E mesmo assim, ela chega ao meu consultório se sentindo culpada, porque é isso que o abusador a fez acreditar. Essa é uma característica recorrente nessas vítimas.
A vítima foi manipulada, torturada psicologicamente, entre outras técnicas com dissonância cognitiva, uma técnica cruel e eficiente de convencer a pessoa de que ela não viu o que viu nem ouviu o que ouviu. A pessoa passa a não confiar mais no próprio discernimento. Quando se trata de relacionamento familiar ou íntimo, a vítima está vulnerável e incapaz de se defender, pois não tem como esperar ser atacada dentro do próprio lar por pessoa de sua intimidade, como pai, mãe, irmão, esposo ou esposa, filho ou um outro parente. Quando se trata de relacionamento profissional, de funcionário e chefe, ou de colega de trabalho, ainda há vínculos e poder envolvidos, que intimidam, restringem ou paralisam a vítima, a ponto de ela não poder reagir.
A teia de mentiras e meias-verdades, manipulações, campanha de difamação e de enlouquecimento, afastamento de todo o sistema de suporte, provocação de discórdia colocando as pessoas umas contra as outras dentro de uma mesma casa são técnicas que vão destruindo a pessoa a ponto de muitas vezes ela beirar o suicídio.
Então, após um primeiro momento de aliviar a dor para torná-la manejável, o que faço é ajudar a pessoa a atravessar o inferno.
Em primeiro lugar, essa dor precisa ser validada! É preciso dar um sentido para esta dor. Digo aos meus pacientes que eles só não sentiriam dor se fossem de pedra. Que é legítimo sentir essa dor, essa raiva. É mais do que legítimo querer vingança. No entanto, procuro mostrar que vingança só vai envenenar a própria pessoa. Procuro ajudar a pessoa a por para fora a raiva, a mágoa, a revolta, a dor.
A compreensão do abuso e do abusador é um segundo passo. Frases como: “Como a minha própria mãe foi capaz de fazer isso comigo?” começam a fazer sentido quando eu explico o que é um psicopata e como ele age, e para que ele age assim. Pois todos eles seguem um script…
Um terceiro passo é elaborar um esquema para cessar a fonte do sofrimento, aprendendo a lidar com a situação ou saindo fora dela.
Em seguida, levá-la a se sagrar vencedora não de algo externo, mas vencedora de si mesma, num processo de morte para o que não serve mais e renascimento para uma nova vida.
A dor é o coadjuvante no processo de metamorfose, como a lagarta que entra no casulo para sair dele um dia borboleta. A dor nos abre os olhos para dentro e para fora de nós. A dor nos faz resgatar a nossa força, a nossa essência, a nossa verdade.
“É a dor que regula a nossa consciência e impede que absorvamos de uma só vez um excesso de impressões do nosso meio ambiente”, o que traria prejuízo aos nossos órgãos dos sentidos. Para o Dr. Douglas Baker, autor de Anatomia Esotérica, a dor funciona como um órgão do sentido, o mais primitivo, anterior ao olfato, paladar, visão. A dor é responsável pela nossa sobrevivência.
Mais adiante, o autor diz: “Assim como o enjoo do mar intensifica o sentido da visão, a dor nos afina com uma gama mais ampla e sensível de impulsos.”
Ao abordar a dor emocional, mental, o autor a relaciona com o grau de consciência espiritual e a decorrente responsabilidade que a pessoa sente por si mesma e pelos outros.
“A dor é uma das serpentes que se entrelaçam ao redor do caduceu… a outra é a alegria. A dor e a alegria levadas ao clímax são o sofrimento e o êxtase. Quando as duas se harmonizam no êxtase doloroso, estão ligadas aos testes da iniciação.”
Pois é na transcendência do prazer e da dor que o objetivo é alcançado.
“Aprendemos com a dor dos nossos erros”. Essa dor não deve ser evitada. Ela nos ensina. Ela é bem-vinda quando reconhecemos essa sua função.
A dor das doenças é um agente cármico, portanto, libertador. A doença nos ensina a cuidar de nosso corpo, da nossa alma, e quando superada, nos fortalece. Mesmo nas dores crônicas, aprendemos. Há a dor cármica mais abrangente, como a dor da humanidade assumida por alguns para a redenção.
“Assim como a dor dilata as pupilas dos olhos, permitindo maior entrada de luz, a dor planetária, suportada pelos poucos que são capazes de compartilhá-la a qualquer momento, irá permitir um influxo maior da luz divina ou consciência.”
O autor pontua o laço de amor que se constrói entre dois seres quando um se compadece com a dor do outro. Esse é o laço que vou construindo com os meus partilhantes/sobreviventes. Sem esse laço, o que eu fizer não terá efeito algum.
A dor é o impulso mais forte do ser para a metamorfose.
Por fim, o autor aborda a dor da consciência. Esta só acomete aqueles que a possuem. Portanto, seres humanos, não psicopatas.

Depois desse processo, vejo como as pessoas se iluminam, como elas passam a ser mais amorosas, compreensivas, vibrantes com a vida, e um dia, quem sabe, consigam agradecer o horror que viveram.
Elas terão adquirido a consciência e com ela a liberdade por meio do conhecimento do bem e do mal. O fruto da árvore do paraíso terá cumprido sua tarefa.
Poderemos então colher o fruto da segunda árvore, a do conhecimento da vida, porque para colhê-lo, teremos que ter aprendido a amar. Amar inclusive os nossos inimigos, amar o abusador. Essa tarefa é para super-humanos. Um dia chegaremos lá.

Júlia Bárány

CURANDO A FERIDA DO ABANDONO


A ferida do abandono é pouco considerada na área da saúde mental. Assim como o trauma complexo não tem classificação no DSM e, portanto não pode ser diagnosticado, a ferida do abandono não está lá como causa de algumas doenças mentais que existem.
O abuso narcisista causa, entre outros males, a ferida do abandono. Abuso não acontece apenas em decorrência de violência física, verbal ou sexual. Muitas vítimas de abuso nem sofreram com alguém gritando com elas. Simplesmente foram negligenciadas e ignoradas.
O abandono emocional acontece quando alguém importante para você o descarta, ignora, desvaloriza ou nem reconhece. Este tipo de lesão invisível causa muito estrago no receptor. Nesse caso a palavra “receptor” é irônica, pois o receptor não recebe nada, e este é o fulcro do problema. Esse nada perfura fundo o coração do alvo. Ninguém vê isso, esse abuso fica escondido, e a vítima se sente vazia e invisível.
As vítimas de abuso declarado muitas vezes desejam exatamente isso: ficar invisíveis e se esconder. Porém, é um equívoco acreditar que ser invisível para um ente querido ou mesmo para alguém que não nos é importante seja algo bom. Temos a necessidade básica de nos sentirmos importantes para os outros.
Sentir-se invisível para quem se ama é uma ferida existencial. Além de sentir que você não importa para o outro, você se questiona se tem direito de existir. Pesquisas mostram que uma das maneiras básicas de lesar uma pessoa é retirá-la do contato humano, especialmente da comunicação com outro ser humano.
Uma das formas de abuso narcisista envolve o controle da comunicação. Isso acontece por meio de conversas enlouquecedoras, isolamento, salada de palavras, evitar tocar num assunto importante para o outro, esquivar-se de resolver conflitos, ignorar, não ouvir, e assim por diante.
Uma das armas que os narcisistas e outros abusadores emocionais usam é o silêncio, que causa profundo sentimento de abandono no receptor. A repetição constante do tratamento de silêncio acaba levando algumas vítimas às drogas, anti-depressivos/ansiolíticos, ou mesmo tentativas de suicídio, para fugir do terrível vazio.
A ferida do abandono pode ser causada também por progenitores negligentes ou ausentes. Não é fácil você explicar para si mesmo o porque desse abandono. Você pode achar que não merecia mesmo, que não vale nada, fica com raiva, ou tenta dar a volta por cima, ignora o progenitor ausente, mas a ferida ainda está lá, e as consequências existem para o resto da vida. O abandono leva a diversos mecanismos de defesa.
Para se curar de qualquer tipo de perda, a solução principal é vivenciar o luto. Se você foi abandonado, temporariamente ou permanentemente, então você está ferido.
Você pode tentar o seguinte:
  1. Escreva uma carta para quem o abandonou, conte o que sente, mas não entregue essa carta para a pessoa. Você a escreve para processar seus sentimentos.
  2. Escreva uma carta para os seus sentimentos de anseio, de saudade, de tristeza, de desespero. Verifique onde no seu corpo estão esses sentimentos. Você até pode fazer um desenho. Fique um tempo sentindo seus sentimentos.
  3. Deixe-se sentir. Entre nos seus sentimentos e os sinta profundamente, passe pela experiência do luto. Isso acelera o processo de cura.
Depois, faça uma imagem de você mesmo curado. Imagine a parte de você que se compadece de você mesmo. Ela é o seu salvador, pois dentro de você há amor, tempo, empatia, esperança e incentivo.
Identifique seus mecanismos de defesa: com o que você está tentando compensar o vazio do abandono? Com comida? Sexo? Vício em trabalho? Diversão desenfreada? Remédios? Depressão? Ansiedade? Doenças?
No final das contas, você descobre que tem uma vida para viver, apesar de qualquer ferida que sofreu. Você descobre que poderá encontrar esperança, amor e uma boa vida com propósito. Você precisa validar seus sentimentos, reconhecer a perda, e recomeçar.
por Júlia Bárány

domingo, 8 de outubro de 2017

CHANTAGEM EMOCIONAL - UMA PODEROSA ARMA DE MANIPULAÇÃO


A chantagem emocional e a manipulação podem ser comuns nos relacionamentos, entre casais, família e amigos. O chantagista age de acordo com seus interesses e culpa, força e provoca medo na vítima da chantagem.
Segundo a escritora Susan Atacante, a chantagem emocional é “uma poderosa arma de manipulação que pessoas próximas a nós usam para nos ameaçar direta ou indiretamente ou nos punir se não conseguirem o que querem.”

– Causas de chantagem emocional


 Um chantagista pode agir assim por muitas razões. A baixa autoestima pode ser um dos motivos, fazendo com que o indivíduo busque constantemente a confirmação do amor do seu parceiro.
. As pessoas narcisistas ou com Transtorno da Personalidade Borderline podem, igualmente, usar uma chantagem emocional constante com suas famílias, amigos e relacionamentos. Esta é uma maneira deles reafirmarem e consolidarem a sua personalidade.
. O medo de ser abandonado faz com que o chantagista tente adotar uma posição de poder sobre a situação, o que pode parecer muito com a dependência emocional. Por outro lado, as pessoas que foram vítimas de chantagem emocional desde cedo na vida, ou que foram “estragadas” e “super-protegidas”, são mais propensas a adotar uma personalidade manipuladora. Este último tem uma baixa tolerância à frustração pois foi acostumado a ter sempre tudo o que quiz e isso acaba afetando muito seus relacionamentos.

– Estratégias do chantagista emocional

O chantagista emocional pode usar diferentes estratégias para alcançar seu objetivo. Através do poder que sabe que tem sobre a outra pessoa, o chantagista “vira a mesa” e tira proveito da vulnerabilidade da vítima. Para fazer isso ele se utilizar de estratégias como:
A autopunição
O chantagista usa frases como: “se você me deixar, não vale a pena viver.” Assim, ele faz a vítima se sentir culpada levando-a a pensar que não deve desafiar as bases do relacionamento.
A punição
A pessoa que chantageia ameaça usando frases como: “Se você fizer isso, não me culpe se eu te deixar.” Assim, faz a outra pessoa se sentir constantemente ligada a padrões de comportamento do que é “certo”, o que cerceia a sua liberdade e personalidade.
O silêncio
O chantagista cria um ambiente negativo com o parceiro, pois assim pode demonstrar a sua raiva através do silêncio. Isso faz a vítima pensar que a situação “ruim” é culpa dela.
A vitimização
A chantagem emocional inclui a vitimização. Um exemplo é a seguinte frase: “Se você sair com seus amigos, eu vou ficar sozinho e triste.”
As promessas
Os chantagistas também são hábeis em fazer promessas que nunca cumprem. Por exemplo, “se me der outra chance eu vou mudar.”
A culpa
Fazer o parceiro se sentir culpado por seu próprio comportamento é uma das estratégias mais utilizadas. Por exemplo: “Eu sou agressivo por que você me provoca” ou “Eu tenho sido infiel por que você não se doa o suficiente.”

–Como se proteger de um chantagista


Pode não ser tão fácil reconhecer que uma pessoa está sendo chantageada. O preço emocional pago pela chantagem de sentimentos é muito alto. Por exemplo, perder uma pessoa amada ou sentir vergonha ou culpa por ter sido manipulado.
O chantagista não é, necessariamente, uma má pessoa, pode se tratar de uma instabilidade emocional que o leva a agir dessa forma. Portanto, devemos estar cientes de que cada situação é diferente.
Nem sempre se pode mudar o comportamento do chantagista, mas a pessoa chantageada pode trabalhar nisso e conseguir deixar de ser uma vítima da manipulação emocional. Trabalhar a inteligência emocional e melhorar a autoestima pode ser muito útil nesta situação, e ajuda a capacitar a vítima para lidar com a vida.

– Chantagem emocional grave ou potencialmente grave

Em casos graves de chantagem emocional, a pessoa afetada precisa de aconselhamento para superar a situação e se recuperar das feridas emocionais causadas. Converse com a família e amigos, e consulte um psicólogo, eles serão importantes para a recuperação do bem-estar emocional da pessoa que sofreu chantagem emocional por muito tempo.

VITIMIZAÇÃO CRÒNICA: PESSOAS QUE SENTEM PRAZER EM RECLAMAR



Todo mundo, em algum momento ou outro, já fez o papel de vítima. No entanto, há pessoas que se tornam vítimas permanentes, sofrendo do que pode ser considerado uma “vitimização crônica”. Essas pessoas se disfarçam como falsas vítimas, consciente ou inconscientemente, para simular uma agressão inexistente e, aliás, culpando os outros para livrarem-se de qualquer responsabilidade.
Na verdade, vitimismo crônico não é uma doença, mas isso poderia levar a um distúrbio paranoico quando a pessoa insiste em culpar continuamente os outros pelos seus males. Em adição, esta forma de encarar o mundo, por si só, leva a uma visão pessimista da realidade, o que perturba tanto a pessoa que reclama quanto quem leva a culpa.
Em muitos casos, a pessoa que é alvo de uma vítima crônica acabam tento sentimentos muito negativos, como raiva e ressentimento, levando a um estado agressivo. É o caso típico de uma vítima crônica que não se limita a reclamar, mas se utiliza de ataques e acusações aos outros, sendo intolerante e continuamente violando os direitos do outro.

Raio x de uma vítima crônica


 Distorcem a realidade.

Tais pessoas acreditam fortemente que a culpa pelo que acontece com eles é sempre dos outros. Na verdade, o problema é que eles têm uma visão distorcida da realidade, têm um locus de controle externo, e acreditam que ambos os aspectos positivos e negativos que ocorrem em suas vidas não dependem diretamente de sua própria vontade, mas de circunstâncias externas. Além disso, eles exageram os aspectos negativos, desenvolvem um pessimismo exacerbado que os levam a se concentrar apenas nas coisas negativas que acontecem, ignorando as positivas.

– Encontram conforto no arrependimento.


Essas pessoas acreditam que são vítimas dos outros e das circunstâncias, por isso não se sentem culpados ou responsáveis por qualquer coisa que aconteça a eles. Como resultado, a única coisa que resta é arrependimento.
Na verdade, muitas vezes eles encontram prazer no ato de reclamar porque é melhor assumir o seu papel de “pobre vítimas” para atrair a atenção dos outros. Essas pessoas não pedem explicitamente para você ajudar a resolver os problemas delas, apenas lamentam seus infortúnios na busca desenfreada de compaixão.

– Buscam continuamente por culpados.

As pessoas que assumem o papel de vítimas eternas, desenvolvem uma atitude suspeita, muitas vezes acreditam que os outros sempre agem de má fé, apenas para desarmá-los. Então, muitas vezes eles têm um desejo quase mórbido de descobrir queixas mesquinhas, sentem-se discriminados ou maltratados, apenas para reafirmar seu papel de vítimas. Assim, eles acabam desenvolvendo uma hipersensibilidade e se tornar especialistas em formar uma tempestade num copo de água.

– São incapazes de uma sincera autocrítica.

Essas pessoas estão convencidas de que não são responsáveis por nada, portanto não há nada para criticar em seu comportamento. Como tudo é responsabilidade de outros, não há motivos para aceitar críticas construtivas ou muito menos levar a cabo uma análise aprofundada da sua consciência que os levaria a mudar de atitude.
Para essas pessoas, os erros e os defeitos dos outros são intoleráveis, enquanto os deles próprios são simples sutilezas. Afinal, eles são vítimas.

Quais são as suas estratégias?

Para uma pessoa assumir o papel de vítima é preciso que haja um culpado. Portanto, eles precisam desenvolver uma série de estratégias que lhes permitam fazer com que outra pessoa assuma a culpa. Se não tivermos conhecimento dessas estratégias, é provável que cedo ou tarde caiamos em suas redes.

1. Retórica vitimista

Basicamente, a retórica desta pessoa é direcionada para desqualificar os argumentos do seu oponente. No entanto, na realidade ela não refuta suas declarações com argumentos mais válidos, mas garante que a outra pessoa assuma a culpa, sem que perceba o seu papel de atacante.
Como eles fazem isso? Simplesmente assumem o papel de vítima na discussão, de modo que a outra pessoa pareça estar agindo de modo autoritário, pouco empática ou até mesmo agressiva. É o que é conhecido no campo da argumentação como “retórica centrista”, a pessoa fica encarregada de mostrar o seu oponente como um extremista, em vez de se preocupar em refutar seus argumentos. Assim, qualquer argumento que advir do seu adversário será considerado apenas uma demonstração de má-fé.
Por exemplo, se uma pessoa se atreve a contestar com argumentos irrefutáveis ou estatísticas do fato com fontes confiáveis, a vítima não irá responder com fatos, mas dirá algo como: “Você está sempre me atacando, agora você está me chamando de mentirosa?”.

2. Fuga vitimista

Em alguns casos, a fala da vítima é dirigida a fugir de suas responsabilidades e evitar ter que se desculpar ou reconhecer seu erro. Então, ela vai tentar esquivar-se da situação. Para alcançar este objectivo, a estratégia é desacreditar o argumento do vencedor, mas sem reconhecer o seu erro.
Como ela faz isso? Mais uma vez, assume o papel de vítima e manipula os dados à vontade, a fim de semear a confusão. Basicamente, essa pessoa vai projetar os seus erros em outra.
Por exemplo, se uma pessoa responde com um fato comprovado, que nega a sua declaração anterior, a vítima vai não reconhecer seu erro. Em qualquer caso, ela tentará fazer uma retirada digna, dizendo algo como: “Esse fato não contradiz o que eu disse. Por favor, não crie mais confusão e caos” ou ”Ele está tentando confundir vocês, que falta de educação, é inútil discutir com alguém que não ouve a razão”, quando na realidade é ela quem está criando a confusão.

3. manipulação emocional

Uma das estratégias preferidas de uma vítima crônica é a manipulação emocional. Quando essa pessoa conhece muito bem o seu interlocutor, ela vai não vai hesitar em utilizar a chantagem emocional para colocar o jogo ao seu favor e assumir o papel de vítima. Na verdade, essas pessoas são muito hábeis em reconhecer emoções, para usá-las em seu benefício próprio ao menor sinal de dúvida ou culpa em seu interlocutor.
Como elas fazem isso? Ao descobrir o ponto fraco do seu adversário, ela pode explorar isso para criar empatia. Assim, elas acabam envolvendo-o em sua teia, para que a pessoa assuma o papel de carrasco, enquanto elas permanecem confortáveis em seu papel de vítimas e podem continuar se lamentando.
Por exemplo, uma mãe que não quer admitir seus erros, pode até mesmo colocar a culpa na criança, dizendo coisas como: “Depois de tudo o que eu fiz por você?.” No entanto, este tipo de manipulação também é muito comum nos relacionamentos, amizades e até mesmo no local de trabalho.

Como enfrentar essas pessoas?

O primeiro passo é perceber que esta pessoa faz questão de assumir o papel de vítima. Então se trata de resistir ao ataque e não ficar preso em seu jogo. Faz sentido dizer que você não tem tempo para ouvir as suas lamentações, mas se você quiser ajudar ou dar um conselho, pode dizer que terá prazer em ajudá-la, mas que você não está disposto a perder tempo e energia continuamente ouvindo a suas queixas.
Lembre-se de que a coisa mais importante é que essas pessoas não estraguem o seu dia com uma dose de negatividade e, acima de tudo, não façam você se sentir culpado.

MANIPULAÇÃO EMOCIONAL: CULPA OU VERGONHA




Pessoas que praticam a manipulação emocional têm duas finalidades principais: gerar culpa ou vergonha nas pessoas ao seu redor.
Muitas vezes estamos cercados de manipuladores emocionais e não nos damos conta disso e, às vezes, o próprio manipulador não sabe o que realmente está por trás do seu comportamento.

Em muitos casos esses manipuladores passam a vida toda carregando feridas emocionais do passado que não foram curadas, que não conseguem identificar e que os fazem projetar em outras pessoas através da manipulação.
Quando uma pessoa adota o papel de vítima e não assume a responsabilidade pela sua vida, pelas conseqüências das suas ações, pelas adversidades e sua busca por soluções, tende a passar essa responsabilidade para as pessoas à sua volta, chamando a atenção delas de uma forma muito peculiar, fazendo com que sintam pena ou culpa por afetarem a felicidade dela.
Evidentemente, uma das piores formas de se relacionar com os outros é através da manipulação. Quem manipula consegue chamar a nossa atenção incutindo culpas, delegando responsabilidades, fazendo-nos sentir menos capazes, e da maneira mais humilhante, fazendo-nos sentirmos inseguros e sem escolha.
Cada um deve se encarregar de atrair à sua própria vida afeições positivas. Cada pessoa tem a responsabilidade de ​​deixar de se fazer de vítima, de incapacitado, de “pobre de mim”.
“O medo e a fragilidade é tal que gera um clima de medo irreal, é uma manipulação, e como temos medo, tentamos encontrar um culpado por tudo.” – Ismael Serrano
Essas pessoas geralmente consomem as pessoas próximas, aqueles que tem um maior senso de sobrevivência geralmente optam por se afastar ou ignorar, mas aqueles que poderiam ser considerados vulneráveis ​​pelos manipuladores, acabam por condenar-se à dinâmica do manipulador, sentindo culpa pelo que fazem ou deixam de fazer, e sentindo pena dessa pessoa que está sempre empenhada em se colocar como vítima.
O melhor que podemos fazer quando nos sentimos perseguidos por um manipulador, mesmo sem identificá-lo, é uma pausa para validar as nossas emoções. Pergunte-se: Por que eu deveria sentir pena desta pessoa? Por que eu deveria sentir culpa? Até onde eu consigo ajudar essa pessoa? Quais são os recursos e ferramentas com que conta esta pessoa? Ela realmente não é capaz de resolver seus conflitos? E quaisquer outras perguntas que nos ajude a identificar se somos vítimas de um processo de manipulação para que, se for o caso, tomar as medidas necessárias.
Vamos sempre ser o melhor que podemos com aqueles que nos rodeiam, mas sempre cuidando da nossa própria integridade, afinal, as pessoas manipuladoras são verdadeiros especialistas, vampiros emocionais.

AS 7 FRASES MANIPULADORAS MAIS COMUNS E COMO REBATÊ-LAS


Ninguém manipula outra pessoa com boas intenções, entretanto, frases manipuladoras geralmente são interpretadas como provas de amor ou preocupação. O pior de tudo é que a sua capacidade de se camuflar como carinho pode torná-la uma das formas mais insidiosas de abuso.


“Só porque algo não seja totalmente mentiroso, não significa que seja verdade. Um mentiroso sabe que é um mentiroso, mas aquele que conta apenas partes da verdade a fim de enganar os outros, esse é um mestre da destruição”, escreveu Criss Jami.
Não permita que a sua vida seja envenenada pelas palavras doces de um manipulador. Apoie-se firmemente no seu senso de controle e faça suas próprias escolhas. Se a manipulação se tornar frequente, considere o término do relacionamento. A manipulação não é baseada apenas no controle sobre o outro, ela esconde um fundo de egoísmo exacerbado.
Existem algumas linhas comuns de pensamento que os manipuladores gostam de explorar para obter o que eles querem. A seguir estão as 7 frases manipuladoras mais comuns em conjunto com respostas lógicas que buscam a autopreservação:

1. Veja o que você me fez fazer! 

Resposta lógica: Eu não tenho o poder de obrigar você a fazer nada. Você escolheu reagir da forma que reagiu, então precisa assumir a responsabilidade pelas suas próprias ações porque eu não posso fazer isso por você.

2. Como você ainda pode estar com raiva de mim, mesmo depois de eu ter comprado aquele colar lindo para você? 

Resposta lógica: Meu perdão não pode ser comprado com dinheiro. Você foi muito gentil em fazer isso, no entanto, se este colar é para comprar o meu perdão, ele não é um presente, mas sim um suborno, pode pegá-lo de volta se quiser.

3. Deixe-me verificar seu telefone, com quem você esteve falando? Não é que eu não confie em você, é nas outras pessoas que eu não confio.


Resposta lógica: Você não tem que confiar nas outras pessoas. Você tem que confiar apenas em mim para ser fiel e honesto. Quando você se comporta dessa maneira, presume que eu seja uma pessoa muito fraca ou trapaceira e eu não sou nenhuma das duas.

4. Eu quero que você fique em casa porque isso é o melhor para os nossos filhos, eu só quero protegê-la.

Resposta lógica: A melhor coisa para os meus filhos é ter uma mãe feliz. A escolha de trabalhar ou ficar em casa é minha, e ao fazer o que me faz feliz estou ensinando nossos filhos a ter autonomia sobre suas próprias vidas. Você está me forçando a viver um estilo de vida que eu não quero, será que eu não posso ao menos cuidar de mim? Ou ter controle sobre a minha própria vida?

5. Estou fazendo o que é o melhor para nós dois.

Resposta lógica: O melhor para nós dois é tomar decisões como um casal. O melhor para mim é ter a minha opinião ouvida e respeitada. Será que o seu jeito de fazer as coisas é o melhor para nós ou é o melhor só para você?

 6. Se você me deixar, vou me matar.

Se você está tendo pensamentos de auto-agressão ou suicídio, é preciso que você consulte um psicólogo. Já fiz minhas escolhas e expliquei as razões pelas quais estou o deixando, não irei voltar atrás na minha decisão.

7. Eu sei que você não quer ter filhos agora, mas nós podemos pelo menos tentar? Eu só quero ter uma família.

Resposta lógica: Uma família pode assumir várias formas diferentes, mas o traço comum entre elas é o sentimento de respeito mútuo. Eu tenho o direito de escolher quando teremos um filho, avisarei quando estiver pronta.
Da mesma forma que CJ Roberts escreveu em seu livro (Seduzida na escuridão): “Eu venho fazendo isso há muito tempo, manipulo as pessoas para obter o que quero e é por isso que você pensa que me ama, porque eu a destruí e a reconstruí novamente fazendo-a acreditar nisso; não foi um acidente. Quando você me deixar, perceberá a verdade”. Às vezes é preciso se afastar da pessoa manipuladora para perceber o que realmente está acontecendo, outras vezes tomar uma posição mais firme basta para resolver o problema, no entanto, se a manipulação continuar, não hesite em sair dela, pois só você tem o direito de controlar a sua vida.


9 COISAS QUE SÓ UM PASSIVO-AGRESSIVO É CAPAZ DE FAZER


Pessoas passivo-agressivas muitas vezes passam despercebidas no local de trabalho e nos seus círculos sociais, pelo menos inicialmente, porque elas conseguem disfarçar sua hostilidade com um comportamento agradável.


Listamos aqui nove coisas que só uma pessoa passivo-agressiva é capaz de fazer:

1. “Esquece” deliberadamente de fazer as coisas

Um passivo-agressivo prefere ser visto como “distraído” em vez de desagradável. Em vez de se recusar a fazer um trabalho, ele pode alegar que se esqueceu do prazo; um amigo passivo-agressivo prefere dizer que se esqueceu de fazer reservas no restaurante que vocês combinaram em vez de dizer que não queria ir.

2. Diz ”sim” sem nenhuma intenção de cumprir

Num esforço para parecer uma pessoa agradável, o passivo-agressivo raramente diz não. Ele é capaz de ignorar um convite e, mais tarde, alegar que nunca recebeu. Muitas vezes ele concorda e assume compromissos, mesmo sem nenhuma intenção de cumprir. Para escapar de suas obrigações, ele pode cancelar os planos no último minuto, fingindo que ficou doente ou que teve uma emergência.

3. Fala pelas costas


O passivo-agressivo até partilha as suas opiniões, mas não logo de início. Ele é propenso a reclamar das pessoas, mas nunca fala diretamente para a pessoa da qual está reclamando. Sua abordagem indireta prejudica seus relacionamentos e ele não faz nada para resolver os seus problemas.

4. São ineficientes de propósito

O passivo-agressivo é teimoso. Quando não quer fazer algo, muitas vezes se torna o mais ineficiente possível para evitar fazer o trabalho. Em vez de dizer: “Eu estou tendo problemas com esse projeto”, o passivo-agressivo prefere procrastinar de propósito na esperança de que alguém assuma o trabalho.

5. Mascara seu ressentimento com um sorriso

O passivo-agressivo não expressa sua raiva ou descontentamento de forma aberta. Ele guarda ressentimentos e amarguras por anos, muitas vezes camuflando-os com um sorriso falso. Não importa o quanto discorde do que você está dizendo, ele vai se esforçar muito para parecer que concorda totalmente com as suas declarações.

6. Procura vingança

Escondido sob sua aparência agradável, o passivo-agressivo mantém o desejo de punir aqueles que o magoaram. Muitas vezes, se dedica a prejudicar os indivíduos que acredita terem se aproveitado dele. Sua vingança é, muitas vezes, indireta – um e-mail anônimo com raiva ou um desagradável rumor que se espalhou no seu local de trabalho são apenas algumas das maneiras que ele pode usar para se vingar.

7. Exposição: desamparo aprendido


O passivo-agressivo não acredita que pode ter controle sobre os acontecimentos da sua própria vida. Em vez de tomar medidas para resolver os problemas, ele se convence: “Não adianta tentar, porque de qualquer maneira, não posso fazer nada sobre isso.” Esta abordagem passiva, desnecessariamente, o sujeita a mais sofrimentos e, infelizmente, muitas de suas previsões negativas se transformam em profecias auto-realizáveis.

8. Se afasta para evitar o confronto

Mesmo se o passivo-agressivo estiver profundamente ofendido, ele vai evitar o confronto direto. Às vezes, se comunica de forma inconveniente, dizendo coisas como: “Bem, você não se preocupa com os meus sentimentos, então eu acho que você não precisa fazer isso.” Ele permite que os outros o tratem mal e se recusa a admitir que esteja com os sentimentos feridos.

9. Manipula pessoas

O passivo-agressivo luta pelo que quer e usa táticas de manipulação para que as suas necessidades sejam satisfeitas. Em vez de pedir ajuda para carregar uma caixa, ele pode queixar-se: “Eu provavelmente vou machucar minhas costas carregando essa caixa sozinho.” Não se importa se os outros sentirão pena dele, contanto que tenha as suas necessidades satisfeitas.
Há algumas coisas que o passivo-agressivo pode fazer para se tornar mais assertivo. Quando as suas palavras estiverem alinhadas com as suas emoções, você vai desfrutar de uma vida muito mais autêntica. E se você detectar em alguém os sinais de um passivo-agressivo, talvez um colega de trabalho, um amigo ou membro da família, esteja disposto a ajudá-lo a manter as suas responsabilidades. Permitir que o passivo-agressivo fuja das suas responsabilidades ou evite o confronto só irá reforçar o seu comportamento.

COMO IDENTIFICAR UM NARCISISTA E SE AFASTAR


A maioria de nós já esteve em um relacionamento com um narcisista. Talvez você tenha sido sugado por um membro egocêntrico da família, um esposo, um namorado, um colega de trabalho,ou um amigo.
Talvez você pensou que era sua culpa quando o narcisista fez você se sentir diminuído e cheio de desespero.
A verdade é que a sua única “falha” foi se envolver com o narcisista, em primeiro lugar!

Aprender a identificar esse comportamento tóxico antes que ele te machuque é crucial para a sua saúde. Uma grande parte do nosso bem-estar se deve aos nossos relacionamentos, que podem ser saudáveis ou tóxicos. Se temos relacionamentos tóxicos, precisamos avaliar se eles podem ou não mudar; se não,  temos de encontrar forças para ir embora.
Então, vamos falar sobre como identificar um narcisista e se afastar deles.
Aqui estão 6 características de um narcisista:
Ele/a raramente assume a responsabilidade pelos problemas e, em vez disso, culpa os outros.
O narcisista expressa pouca emoção, especialmente durante os conflitos com você. Quando você expressa sua emoção, ele ou ela te culpam por isso. É uma forma sutil de abuso.
Ele/a drena você, vive da sua energia. Considere quanta energia você está gastando nesta relação … o meu palpite é que seja do tamanho do seu esforço para manter o relacionamento vivo. Você provavelmente está esgotado emocionalmente e fisicamente, porque é você quem faz todo os planos, todos os pedidos de desculpas e todo os esforços para “corrigir” o que está errado.
Ele/a é encantadora e pensa muito em si mesmo/a.
Esta pessoa é irresponsável com suas finanças, carreira e/ou em manter sua casa em ordem.
Jekyll & Hyde: Esta pessoa é muito agradável, mas quando você diz alguma coisa errada ela chama sua atenção. Você vive pisando em ovos por querer fazer tudo certo.
Depois de estar certo/a de que você está com um/a narcisista, o mais sensato a fazer é se afastar.
Por quê?
Não existe argumentação com essa pessoa. Você vai, inevitavelmente, terminar a maioria dos conflitos pensando que foi tudo culpa sua. Você vai acabar pedindo desculpas. E você vai acabar sendo o único a perder sua auto-estima.
Você pode evitar tudo isso!
Aqui estão 5 passos para terminar o relacionamento com um narcisista:

1. Distancie-se emocionalmente e fisicamente desta pessoa.

Se for um colega de trabalho, não aceite mais os seus convites. Se for um namorado, peça um tempo para se orientar e prepare o caminho para sair fora. Se for um membro da família, isso pode ser mais difícil, mas existem inúmeras maneiras de se distanciar de uma pessoa assim.

2. Perceba que o problema não é você.


Você precisa explorar o porquê se sentiu atraído/a por este tipo de personalidade, mas esse é o único ponto onde você precisa se questionar. Qualquer coisa que essa pessoa tenha dito ou feito para você, é um desafio e não um defeito seu. Um narcisista nunca irá culpar a si mesmo.

3. Quando estiver pronto, caia fora.

Vai ser doloroso, mas saia deste relacionamento de qualquer maneira e rapidamente. Não discuta com ele/a ou dê longas explicações, porque ele/a vai tentar seduzi-lo a ficar. Caminhe e não olhe para trás. Você será feliz com o que fez. Se for um cônjuge ou namorado/a, narcisistas superam rapidamente. Dentro de semanas ou em poucos meses já vão estar apaixonados por outra pessoa.
As pessoas poderão se perguntar como você deixou essa pessoa “encantadora” escapar. Mas se mantenha fiel a si mesmo e não se preocupe com o que os outros pensam.

4. Se livre da necessidade de aprovação dos outros.

Muitas vezes, as pessoas que precisam de aprovação são as que mais se sentem atraídas por esse tipo de personalidade abusiva. Não procure outra pessoa por “aprovação” porque você nunca vai se sentir realizado. E o que vai acontecer se você ficar com um narcisista por aprovação? Você vai acabar se sentindo completamente abusada/o e irá se arrepender.

5. Se ame e cerque-se de pessoas que realmente te amam.

Quando você fizer isso vai completar o quadro de bem-estar na sua vida.
Fonte: MindBodyGreen traduzido e adaptado por Psiconlinews