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sábado, 28 de dezembro de 2019

VIDAS DUPLAS DOS PSICOPATAS



Por Donna Andersen, traduzido por Júlia Bárány. Original em: https://lovefraud.com/sociopaths-and-double-lives-2/

Um repórter perguntou a respeito de pessoas que vivem vidas duplas. Por que eles o fazem? Eles conseguem manter vidas duplas por muito tempo? Quais são os perigos?
Assim como a maioria dos leitores de Lovefraud, (pessoas que viveram ou vivem com um psicopata) tenho certa experiência com isso. Meu ex-marido, James Montgomery, me traiu pelo menos com seis mulheres diferentes durante o nosso casamento de 25 anos. Ele teve um filho com uma das mulheres. Dez dias depois que eu o deixei, ele se casou com a mãe do filho, cometendo bigamia pela segunda vez. E é claro, ele levou um quarto de milhão de dólares de mim – gastando a maior parte do dinheiro com essas outras mulheres.
Nem todos que vivem uma vida dupla são psicopatas. Algumas pessoas, como espiões e polícia secreta estão apenas fazendo o seu trabalho. Mas todas essas pessoas que não têm uma razão legítima para criar uma existência alternativa – por que o fazem?

Exploração

Psicopatas são predadores sociais que vivem suas vidas explorando outros. A razão primordial de os psicopatas viverem vidas duplas provavelmente é porque isso lhes possibilita explorar muitas pessoas simultaneamente.
Isso vale especialmente para os parasitas que enxugam seus parceiros românticos. Eu soube de muitos e muitos casos em que os psicopatas, tanto homens quanto mulheres, se envolvem em dois, três ou até mais relacionamentos românticos ao mesmo tempo, e, de todos os seus parceiros, tomam dinheiro, sexo, carros, divertimento, o que for. Os psicopatas procuram suprimento, e quanto mais fontes de suprimento tiverem, melhor.

Promiscuidade

Outra razão para levarem vidas duplas é a promiscuidade dos psicopatas. A maioria deles tem um elevado apetite por sexo, uma energia surpreendente, e se entendiam com facilidade. Consequentemente, o que eles realmente querem nas suas vidas sexuais é variedade. Assim eles se engancham com uma variedade de pessoas, em lugares variados e se envolvem em uma variedade de atos sexuais.
Frequentemente, porém, os parceiros sexuais dos psicopatas não compartilham dessas proclividades de amplo espectro. Mas os psicopatas não se dão o trabalho de contar a verdade sobre o que estão fazendo. Os psicopatas simplesmente se entretêm em suas agendas sexuais com várias pessoas, mas mantêm todos separados. Às vezes isso requer elaborados estratagemas e manipulação.

Excitação do Jogo

Isso leva a outro ponto – muitos psicopatas simplesmente adoram o jogo. Eles adoram enganar as pessoas – um dos peritos chamou isso de “deleite da enganação”.
Por exemplo, pouco depois de nós noivarmos, meu ex-marido veio me visitar. Ele veio num carro estranho. Quando lhe perguntei de quem era o carro, ele me contou uma intrincada história sobre um amigo militar. A verdade era que ele tinha outra mulher que ficou com ele durante uma semana, e ele veio no carro dela até a minha casa. Eu não sei qual a razão que ele deu a ela para levar o carro, mas não importa o que tenha sido, era desnecessário, já que ele poderia ter vindo no seu próprio carro. Acredito que Montgomery só quis me visitar no carro dela pela excitação de enganar nós duas.
Fiquei sabendo de outros casos como esse. Uma mulher levou um homem com quem estava saindo a um jantar de negócios onde outro homem com quem ela estava saindo receberia um prêmio. Por quê? Pela diversão de ver um homem contorcer-se e outro sem noção do que estava acontecendo.

Máscara de normalidade

Finalmente, alguns psicopatas mantêm um emprego, uma família, um lar e vão à igreja para camuflar suas verdadeiras metas: sexo, drogas, crime e talvez até assassinato. É assim que alguns famosos serial killers funcionavam, como Dennis Lynn Rader, o assassino de BTK. Ele trabalhava, era um diácono na igreja, e matou 10 pessoas. Sua esposa durante 34 anos nunca soube de seu desejo de “amarrar, torturar e matar”.
Mesmo quando eles não são assassinos, muitos psicopatas estabelecem vidas “normais” para facilitar seus interesses de busca exploratória. Alguns psicopatas também se preocupam extremamente com sua imagem. Eles querem manter suas posições na sociedade, e ter um cônjuge, uma família, um emprego e um carro vistoso, tudo contribui para o seu status.
Em resposta a uma das perguntas no início deste artigo, muitos psicopatas podem, de fato, manter vidas duplas durante muitos, muitos anos. Eu soube de muitas mulheres que estiveram casadas por 10, 20, 25 anos e só depois descobriram chocadas o que seus maridos fizeram no decorrer dos seus casamentos inteiros.

Perigos das vidas duplas

Sim, suponho que alguns psicopatas enfrentam perigo por causa de suas vidas duplas – mas honestamente, não estou muito preocupada com eles.
Mas os perigos aos parceiros que desconhecem a situação são graves. Psicopatas drenam o dinheiro de seus parceiros para pagar suas atividades extracurriculares. Conforme relatei no meu livro: Bandeiras Vermelhas da Fraude do Amor – 10 sinais de que você está saindo com um sociopata, 20 por cento dos que responderam à pesquisa de Lovefraud disseram que seus parceiros psicopatas os infectaram com doenças sexualmente transmissíveis. Neste blog, eu tenho relatado pelo menos dois casos de homens que foram condenados por transmitir deliberadamente o HIV a seus parceiros sexuais que nada sabiam.
Mas mesmo quando os parceiros não são fisicamente prejudicados pelas vidas duplas dos psicopatas, o dano psicológico da traição é profundo. A descoberta da verdade conduz a dois tipos de choque: o choque das cruéis ações do psicopata, e o choque pessoal de que o parceiro esteva totalmente no escuro.
A recuperação, para os alvos, pode ser longa e difícil, e entrementes, os psicopatas simplesmente continuam em frente para uma nova vida.

SINAIS DE ALERTA PRECOCE

13 SINAIS DE ALERTA PRECOCES DE QUE SEU NOVO PARCEIRO POSSA SER UM CONTROLADOR

A melhor maneira de escapar um relacionamento controlador ou abusivo é sair fora antes de se enganchar emocionalmente. Mas como é que se pode perceber quando um interesse romântico pode se tornar um parceiro problemático?
Eis 13 sinais de alerta bem precoces. Seu novo parceiro:
  1. Monopoliza seu tempo
Você passa todo o seu tempo livre com seu parceiro, mas se você se encontra com outra pessoa, seu parceiro não gosta, se magoa ou até fica com raiva.
  1. Telefona ou manda mensagens constantemente
Além de vocês se verem constantemente, ele fica ligado em você o tempo todo. Se você não responde imediatamente, e ele quer saber porque, é um sério alerta.
  1. Provoca sua compaixão
Fala de sua infância difícil, de seu chefe manipulador, ou de seu ex parceiro amoroso traiçoeiro, abusador ou desequilibrado (são acusações muito comuns dos próprios abusadores)
  1. Tem reação exagerada a algo trivial e insignificante
Fica com raiva ou amuado sem razão plausível, ou acusa você de dizer ou fazer algo que simplesmente não aconteceu.
  1. Está estressado e diz que a culpa é sua
Durante a discussão ou a briga, ele reage: “Foi você que provocou isso”, ou “Você me deixa maluco”, ou algo semelhante. Culpar o outro por aquilo que ele mesmo fez é uma técnica de controle clássica.
  1. No início, ele lhe dá presentes extravagantes
Vocês estão namorando faz pouco, mas você já ganha dele presentes caros, ou ele lhe oferece dinheiro para cobrir seus gastos, e isso parece fora de lugar. É uma tentativa de você se sentir em dívida com ele.
  1. Você vê um repentino traço de maldade que não combina
Pode nem ser com você, mas com o garçon, o motorista. Preste atenção porque pode ser que por uns instantes a máscara caiu e revelou o que há por trás.
  1. “Para que isso?”
Ele diz ou faz algo negativo, e você reage: “Para que isso?”. Se você ficou chocado, não desconsidere o episódio.
  1. Tudo entre vocês acontece do jeito dele
Vocês vão onde ele quer e fazem o que ele quer. Mesmo aparentemente agradando você, vocês acabam fazendo o que ele quer. Se fizerem o que você quer, ele faz de tudo para dar errado e você se arrepende de ter insistido.
  1. Critica você
Se no início tudo era maravilhoso em você, agora você começa a ter um monte de defeitos. A desculpa é que ele quer ajudar você e que é para o seu próprio bem. Não há apoio como um parceiro amoroso deveria lhe dar.
  1. Ataca você fisicamente, mesmo sem machucar
Esse é um dos maiores sinais. Mesmo se disser que foi sem querer, ele está testando você. Está treinando você a aceitar e se acostumar aos maus tratos.
  1. Ultrapassa seus limites sexuais
Faz sugestões ou exigências desconfortáveis ou desagradáveis para você, justificando que é para aumentar a excitação sexual. É o início da escalada.
  1. Você se sente sugado
As exigências são veladas, e você nem sente que está sendo sugado. Ou você precisa se defender constantemente. Lembre-se de que os controladores sugam sua energia vital.

O que fazer?
A desculpa é que ele quer passar tanto tempo quanto possível com você. Você releva todos os sinais de alerta porque afinal ele foi tão vitimado que precisa de atenção e carinho.
Como você sabe se são sinais de alerta?
Ouça sua intuição. Se algo o faz se sentir mal, investigue porque. Nenhum mau comportamento é justificável.
O mais importante é cair fora se os sinais são alarmantes. Quanto mais cedo você sair, melhor para a sua segurança.

PESSOAS TÓXICAS JAMAIS ADMITEM QUE ESTÃO ERRADAS

Holly Riordan

Você pode receber um pedido de desculpas de alguém tóxico, mas não será genuíno. Essas pessoas só se desculparão ser for para manipular você a lhes dar o que querem, enganar você a acreditar que merecem perdão. Caso contrário, elas nunca vão admitir que fizeram algo errado. Essas pessoas nunca vão pedir desculpas e deixar por isso mesmo. Sempre haverá algo mais na frase. Virá uma sequência de justificativas para lhe mostrar que você realmente não pode culpá-lo/as, porque a culpa é da ex ou dos pais ou sua.

Essas pessoas sempre tentam atribuir a culpa a outra pessoa porque não têm maturidade suficiente para assumir a responsabilidade por suas próprias ações. Acham que jamais estão erradas. Acham que foram forçadas a arruinar algo por causa de circunstâncias passadas ou atuais, quando, na verdade, dominam totalmente suas próprias decisões. Elas escolhem o caminho a seguir e, se escolherem errado, devem assumir as consequências.
Obviamente, essas pessoas nunca lhe darão as desculpas que você merece. Se se desculparem por trair você, fornecerão detalhes sobre como isso nunca teria acontecido se a outra pessoa não tivesse se jogado em cima delas ou se você estivesse mais disponível sexualmente ou ainda se elas não tivessem tomado aquela cerveja extra no bar.
E se você tiver coragem de enfrentá-las, de expor a falsidade das justificativas, essas pessoas vão virar a situação do avesso. Listarão todas as coisas legais que fizeram por você e o/a chamarão de ingrato/a. Mencionam como você também não é perfeito/a, mas nunca usaram isso contra você. Elas tentarão culpar você, mesmo que tenham sido elas que estragaram tudo.

Pessoas tóxicas nunca vão admitir que estão erradas. Elas nunca vão refletir sobre suas escolhas e chegar à conclusão de que precisam mudar. Não importa o que você faça, ou o quanto você as ame, você nunca vai ganhar uma discussão com elas. Essas pessoas se esforçam ao máximo para provar que são inocentes. Elas vão criar mentiras. Elas vão espalhar boatos. Elas distorcerão a verdade para se encaixar em sua própria narrativa.

Você pode gritar com elas, pode acusa-las ou pode lhes apresentar fatos com calma – nada disso fará diferença. Essas pessoas têm um talento para mudar a realidade. Elas criam sua própria verdade. E elas tentam convencer o maior número possível de pessoas dessa ‘verdade’, então, no final, você é quem parece louco/a. Você é quem parece errado/a.
Quando você se depara com alguém tóxico, a melhor coisa a fazer é se afastar, porque você nunca vai conseguir nada razoável com essas pessoas. Você nunca conseguirá fazê-las ver a situação do seu ponto de vista. Você nunca as fará admitir que foram longe demais. Pessoas tóxicas não pensam logicamente. ELAS SÓ PENSAM EM SI MESMAS.

5 ESTRATÉGIAS PSICOLÓGICAS PARA ALIVIAR O ESTRESSE DO PERFECCIONISMO

“A luta pela excelência motiva você, a busca pela perfeição é desmoralizante.” Harriet Braiker
Nos últimos três meses, faço uma experiência. É algo que nunca fiz antes e, de certa forma, tem sido um grande desafio. No entanto, de outras formas, tem sido um enorme alívio do estresse, e eu diria um esforço bem-sucedido. O que eu fiz parece ir contra a sabedoria convencional, mas isso não significa que não tenha sido uma escolha inteligente.
Então, o que exatamente é esse desafio? Bem, eu tenho me esforçado para ser mediano. Sim, soa um pouco estranho, não é? Mas me ouça.
No ano passado, eu me tornei mais consciente do que nunca de quanto estresseinconsciente eu coloquei em mim para estar acima da média. Eu sempre soube que tenho uma personalidade tipo A, mas não sabia até que ponto isso estava me fazendo mal. Uma grande parte dessa percepção veio de registrar meus sonhos e discuti-los com um psicoterapeuta, e outra parte surgiu através de uma prática de atenção plena.
Então, por seis meses, sempre que eu sentia vontade de relaxar, e a pequena voz em minha cabeça aparecia e me dizia que eu poderia estar fazendo mais neste momento, eu iria ignorá-la. Eu decidi assistir episódio extras no Netflix. Eu escolhi dormir nos quinze minutos extras. Eu deixei um pouco de trabalho extra para amanhã
O que saiu disso foi inesperado. Quanto mais eu ignorava a voz, mais barulhenta e agressiva ela se tornava. Entrar em contato com essa parte de mim mesmo acabou fazendo três coisas:
Em primeiro lugar, mostrou-me que eu tinha um problema com o perfeccionismo que eu não estava totalmente ciente. Em segundo lugar, mostrou-me o quão complicada e persuasiva a pequena voz do perfeccionismo poderia ser. E finalmente, e mais importante, me ensinou como superar essa tendência perfeccionista poderia levar a menos estresse, mais produtividade e maior bem-estar.
Então, o momento da verdade. Como você sabe que é perfeccionista?
– Você frequentemente se sente sobrecarregado pelo medo de seus objetivos não terem sucesso?
– Você está constantemente procurando o momento “certo” para fazer algo?
– Você tem uma persistente sensação de insatisfação com o que alcançou?
– Você está obcecado com pequenos erros que têm pouco impacto na grande imagem?
– Você negligencia o autocuidado em favor das conquistas?
Eu criei cinco estratégias psicológicas para superar esse perfeccionismo. Isso permitiu que eu tomasse providências para aceitar as partes médias de mim mesmo e isso me ajudou a liberar uma quantidade chocante de estresse oculto. Decidi compartilhar essas etapas com você aqui para que você possa começar a aceitar quem e onde está e aproveitar um pouco mais a jornada.
1. Repense o que significa ser mediano.
Em nossa sociedade, muitas vezes consideramos que nada menos que grandeza é fracasso. Isso não é um exagero; é apenas a realidade de nossas noções distorcidas de conquistas que não deram conta de sociedades maiores e mais interconectadas, nas quais é cada vez mais difícil se destacar.
Quando ouvimos os termos “mediano” ou “medíocre”, consideramos palavras sujas, embora devam denotar o meio da lista. Se você é mediano em alguma coisa, isso não deve ter qualquer correlação com sua autoestima. A maioria das pessoas é média na maioria das coisas durante a maior parte de suas vidas. Isso significa que a maioria das pessoas deve se sentir mal consigo mesma?
Aceitar as formas como você é mediano não significa que você não pode se esforçar para alcançar a grandeza em algumas áreas de sua vida. Tudo isso significa que o desejo de excelência não precisa ser impulsionado pelo sentimento de que você está incompleto. Pode ser o amor de competir com o seu eu passado, a necessidade de servir a sua comunidade, ou mesmo apenas o prazer de um desafio no momentopresente.
2. Desafie a falácia do tudo ou nada.
O perfeccionismo é um resultado direto da falácia do tudo ou nada, também conhecido como pensamento em preto e branco. Quando acreditamos que nosso valor está completamente ligado às nossas conquistas, por exemplo, não podemos deixar de nos esforçar obsessivamente para fazer tudo da maneira certa, porque qualquer erro prejudicaria toda nossa autoestima.
Também podemos ver isso quando procuramos o momento perfeito para começar algo, quando colocamos todos os nossos esforços em um único projeto e negligenciamos nossa saúde e, de maneira mais tóxica, quando tentamos avaliar nossa vida em relação às caixas super generalizadas de sucesso ou fracasso.
Quando você vê esse tipo de pensamento emergir em sua psique, desafie-o e substitua-o por explicações mais sutis. Por exemplo, eu costumava acreditar que eu estava sendo produtivo ou preguiçoso. Quando eu estava sendo produtivo eu não estava sendo preguiçoso, e quando eu não estava sendo produtivo eu estava sendo preguiçoso. Eu comecei a desafiar essa ideia com a explicação mais detalhada de que os intervalos são às vezes preguiçosos e às vezes produtivos; eles servem a muitos propósitos. Eles podem ser revigorantes, recompensadores e às vezes não precisam de justificativa.
3. Torne-se amigo do que você não conhece.
Outro traço fundamental do perfeccionismo que vi em mim mesmo é um forte desejo de controlar os resultados. Nós temos essa tendência em parte porque temos um medo intensificado das coisas não irem do jeito que queremos ou esperamos.
Em parte, isso ocorre porque o perfeccionismo cria estresse, e quando estamos estressados, começamos a ficar mais suscetíveis a vieses cognitivos. Por exemplo, podemos acreditar que, se as coisas não forem como esperamos, tudo vai desmoronar, perderemos oportunidades ou seremos criticados por outras pessoas.
Uma maneira de contrariar essa atitude é nos tornando mais confortáveis com o desconhecido. Você só pode influenciar uma certa quantidade de qualquer situação em que esteja, seja trabalho, dinheiro ou relacionamentos. Tornei-me mais confortável com o desconhecido, registrando meus medos ao longo do tempo. Ao buscar contraexemplos de quando seus medos não são verdadeiros (e muitas vezes não são), você pode ver como as preocupações com o futuro são exageradas pelo cérebro e pode começar a ter mais controle sobre suas emoções.
Também pode ajudar a praticar o estabelecimento de uma ampla gama de metas, com níveis variados de dificuldade. Cumprir as metas mais fáceis deve satisfazer sua necessidade de estar no controle e alcançar o sucesso, e trabalhar em direção aos objetivos mais difíceis será simplesmente um desafio para ser criativo, ir além e para além da incerteza de coisas que estão fora de seu controle.
4. Torne-se amigo do que você não ama.
Da mesma forma, o perfeccionismo está amplamente ligado ao relacionamento que você tem com o que você não aceita sobre si mesmo.
Você provavelmente sabe que a aceitação está na raiz do amor. Portanto, não é surpreendente que as pessoas frequentemente recomendem que você se ame quando estiver lidando com conflitos internos. Bem, parece simples, mas nunca é tão fácil, infelizmente. Então, vou propor algo mais gerenciável: tornar-se amigo do que você não ama. Se houver partes suas ou de sua experiência que você não pode aceitar ou se amar, apenas faça amizade com elas. Familiarize-se com eles do mesmo modo que faria com um amigo.
Facilite o relacionamento mutante que você tem com essas partes mais difíceis de aceitar e, com o tempo, você verá uma mudança em sua perspectiva que acalma sua ansiedade ao redor deles. Por exemplo, eu costumava ter uma relação antagônica com a minha ansiedade. O fato de eu não ser sempre legal, calmo e convencional era algo que eu achava difícil de aceitar, e isso criava conflito interno e (obviamente) mais ansiedade. Quando eu pude ver que a ansiedade era apenas uma parte do meu cérebro que estava tentando me ajudar, eu fui capaz de aceitar isso. E com o tempo eu comecei a apreciar essa parte peculiar de mim mesmo.
5. Revalie como você mede seu sucesso.
Se o seu perfeccionismo é impulsionado pela crença de que você não é bem-sucedido o suficiente, então não é necessariamente você que precisa mudar. Pode ser que a maneira como você está medindo o sucesso precise ser reavaliada.
Por exemplo, é comum nos compararmos com os outros e, embora muitas vezes nos seja dito para nos concentrarmos em nós mesmos, fazer comparações sociais em situações específicas – como avaliações do local de trabalho ou em esportes competitivos – tem alguma utilidade (embora limitada). Se não fizéssemos essas comparações, seria difícil ver como estávamos melhorando e em quais funções poderíamos ajudar mais o grupo.
Quando você começa a generalizar essa ideia para o resto de sua vida, no entanto, é quando isso se torna um problema. Se você começar a dizer a si mesmo que a vida de fulano é melhor que a sua ou que ela é mais bem-sucedida do que você, isso é quase sempre uma generalização. O que faz uma vida melhor? O que significa sucesso? Estamos falando de conquistas financeiras? Tempo livre? Relacionamentos profundos? Observe de perto como o sucesso poderia ser definido com mais eficácia em sua vida.
Minha própria definição de sucesso costumava ser baseada em quão bem eu comparei com as pessoas em minha vida em medidas padronizadas (dinheiro, relacionamentos, novas experiências, etc.) Agora eu vejo o sucesso como eu ser capaz de encontrar significado no momento presente, ficar motivado para o futuro e passar meu tempo trabalhando em algo que me ajude, e as pessoas que amo e o resto do mundo.
Todos os elementos da minha definição podem não ser relevantes para qualquer outra pessoa, mas porque eles são mais fluidos e flexíveis, e podem crescer com a minha personalidade, eles me impedem de cair no hábito do perfeccionismo.
Para trazer tudo isso em um círculo completo, considere isto: você pode ser mediano em uma área e ter sucesso em outra. Isso não significa que você não tem valor, não é digno, não é amável ou respeitável e não merece algum tempo de inatividade de vez em quando.
Ser mediano é normal, e não é um indicador de valor. Você tem valor inerente, assim como você é. E se você quiser ficar obcecado com um projeto ou ser um pouco perfeccionista de vez em quando, tudo bem. Mas seja conduzido pelo amor do processo criativo em si, não pela ansiedade de que você nunca pode fazer o suficiente.
Que experiência você teve com o perfeccionismo?
Você usou alguma dessas estratégias para encontrar mais tranquilidade?
Informe-nos nos comentários. Gostaríamos muito de ouvir sua opinião.
(Autor: Benjamin Fishel)

POR QUE OS PSICOPATAS CHEGARAM AO PODER

Há uma dimensão pouco examinada no avanço das lógicas neoliberais. Um sistema que estimula competição, disputa e rivalismo produzirá “líderes” brutais e sem empatia. Eleger gente generosa e sensível requer uma nova democracia


Por George Monbiot | Tradução: Inês Castilho
Quem, em seu juízo perfeito, poderia desejar esse trabalho? É quase certo que acabará, como descobriu Theresa May, em fracasso e execração pública. Procurar ser primeiro-ministro britânico, hoje, sugere ou confiança imprudente ou fome insaciável de poder. Talvez necessitemos de uma ironia como a de Groucho Marx: alguém louco o suficiente para candidatar-se a essa função deveria ser desqualificado para concorrer.
Alguns anos atrás, a psicóloga Michelle Roya Rad listou as características de uma boa liderança. Entre elas figuravam justiça e objetividade, desejo de servir à sociedade e não a si mesmo, falta de interesse em ser famoso e ocupar o centro das atenções, resistência à tentação de esconder a verdade ou fazer promessas impossíveis. Por outro lado, um artigo publicado no Journal of Public Management & Social Policy (Jornal de Gestão Pública e Política Social) listou as características de líderes com personalidade psicopata, narcisista ou maquiavélica. Elas incluem: tendência à manipulação dos outros, disposição em mentir e enganar para alcançar seus objetivos, falta de remorso e sensibilidade, desejo de admiração, atenção, prestígio e status. Quais dessas características descrevem melhor as pessoas que estão competindo para ser “governantes” no mundo contemporâneo?
Na política, vê-se em todo lado o que parece ser a externalização de déficits ou feridas psíquicas. Sigmund Freud afirmou que “os grupos assumem a personalidade do líder”. Penso que seria mais preciso dizer que as tragédias privadas dos poderosos tornam-se as tragédias públicas daqueles que eles dominam.
Para algumas pessoas, é mais fácil comandar uma nação, mandar milhares para a morte em guerras desnecessárias, separar crianças de suas famílias e infligir sofrimentos terríveis do que processar sua própria dor e trauma. Aparentemente, o que vemos na política, em todos os cantos, é uma manifestação pública de profunda angústia privada.
Essa talvez seja uma força particularmente forte na política britânica. O psicoterapeuta Nich Duffell escreveu sobre “líderes feridos”, que foram separados da família na primeira infância para ser enviados ao colégio interno. Eles desenvolveram uma “personalidade de sobrevivente”, aprendendo a reprimir seus sentimentos e projetar um falso eu, caracterizado pela demonstração pública de competência e autoconfiança. Sob essa persona está uma profunda insegurança, que pode gerar necessidade insaciável de poder, prestígio e atenção. O resultado disso é um sistema que “sempre revela pessoas que parecem muito mais competentes do que realmente são”.
O problema não está confinado a estas paragens. Donald Trump ocupa a cadeira mais poderosa do planeta, e ainda assim parece roer-se de inveja e ressentimento. “Se o presidente Obama tivesse feito os acordos que fiz”, afirmou há pouco, “a mídia corrupta os consideraria incríveis… Para mim, apesar do nosso recorde em economia e tudo o que fiz, não há crédito!”. Nenhuma riqueza ou poder parece capaz de satisfazer sua necessidade de afirmação e segurança.
Penso que deveria ser necessário a qualquer um que quisesse participar de uma eleição nacional passar por uma formação em psicoterapia. A conclusão do curso seria a qualificação para o cargo. Isso não mudaria o comportamento de psicopatas, mas poderia evitar que, ao exercer o poder, certas pessoas impusessem sobre os outros suas próprias feridas profundas. Fiz dois cursos: um influenciado por Freud e Donald Winnicott, outro cuja abordagem tinha foco na compaixão de Paul Gilbert. Considero os dois extremamente úteis. Penso que quase todo mundo se beneficiaria desses tratamentos.
A psicoterapia não iria garantir uma política mais gentil. A abertura admirável de Alastair Campbell ao falar sobre sua terapia e saúde mental não o impediu de comportar-se – quando desempenhou as funções de assessor político e porta-voz de Tony Blair – como um valentão desbocado, que intimidava as pessoas a apoiar uma guerra ilegal, em que centenas de milhares de pessoas morreram. Tanto quanto sei, não demonstrou remorso por seu papel nessa guerra agressiva, que cabe na definição de “crime internacional supremo” do tribunal de Nuremberg.
O problema, na verdade, é o sistema no qual essas pessoas competem. Personalidades tóxicas prosperam em ambientes tóxicos. Aqueles que deveriam ser menos confiáveis para assumir o poder são justamente os que mais provavelmente vencerão. Um estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology  sugere que o grupo de traços psicóticos conhecido como “domínio sem medo” está associado a comportamentos amplamente valorizados nos líderes, tais como tomar decisões ousadas e sobressair-se no cenário mundial. Se assim for, nós, por certo, valorizamos as características erradas. Se para alcançar o sucesso no sistema é necessário ter traços psicopatas, há algo errado com o sistema.
Para pensar uma política eficiente, talvez fosse útil trabalhar de trás para frente: primeiro decidir que tipo de gente gostaríamos que nos representassem e depois criar um sistema que as levasse ao primeiro plano. Quero ser representado por pessoas ponderadas, conscientes de si e colaborativas. Como seria um sistema que promovesse essas pessoas?
Não seria uma democracia puramente representativa. Esse tipo de democracia funciona com o princípio do consenso presumido: você me elegeu há três anos, então presumo que consentiu com a política que estou para implementar, não importa se na época eu a mencionei ou não. Ela recompensa os líderes “fortes e determinados” que tão frequentemente levam suas nações à catástrofe. Um sistema que fortaleça a democracia representativa com democracia participativa – assembleias de cidadãos, orçamento participativoco-criação de políticas públicas – tem mais possibilidades de recompensar os políticos sensíveis e atenciosos. A representação proporcional, que impede governos com apoio minoritário de dominar a nação, é outra salvaguarda potencial (embora não seja garantia).
Ao repensar a política, é preciso desenvolver sistemas que incentivem gentileza, empatia e inteligência emocional. É preciso nos desvencilhar de sistemas que encorajem as pessoas a esconder sua dor e dominar os outros.