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quarta-feira, 25 de maio de 2022

PONEROLOGIA E O ESTUDO DA PSICOPATIA NO ÂMBITO POLÍTICO

 

  • INTRODUÇÃO
    Ponerologia é o estudo do mal adaptado a propósitos políticos. Diante disso, Lobaczewski destaca que:
    Poneros, em grego, significa “o mal”. O mal, porque o traço dominante do caráter dos novos dirigentes que davam o modelo de conduta para o resto da sociedade, era inequivocamente a psicopatia.
    (LOBACZEWSKI, 2012).

  • Segundo Antônio José Eça (2010), a psicopatia não é um problema mental exatamente, não se tratam de loucos com distúrbios qualitativos, está no intermédio entre loucura e sanidade mental, os pacientes diagnosticados não apresentam quadros produtivos de delírios ou alucinações, não perdem o senso da realidade. São em grande maioria pessoas incapazes de sentir pena ou piedade e não se enquadram nos padrões éticos e morais das sociedades em que vivem. São motivados pela satisfação plena dos seus desejos associadas a uma falta de consideração com o sentir dos outros.
    Ainda seguindo o pensamento de Antônio José Eça, faz-se interessante olvidar ao seguinte disposto:
    (...) normalmente são incapazes de aprender com a punição e de modificar seu comportamento. Para eles, é mais fácil esconder sua real maneira de ser do que suprimir tal atitude, tentando disfarçar da forma mais inteligente possível suas características de personalidade; é por esta razão que se observa que indivíduos psicopatas exibem frequentemente um charme superficial para com as outras pessoas, chegando mesmo a apresentar comportamentos muito tranquilos no relacionamento social normal, presença social e boa fluência verbal, chegando, em alguns casos, a ser os líderes sociais de seus grupos. (EÇA, 2010, p. 283).
    Flávio Josef e Silva (2000, p. 66 e 67) atesta que para Hare, as evidências mostram claramente que os psicopatas são: a) mais suscetíveis de empregar comportamento violento e agressivo que criminosos em geral; b) psicopatas são mais inclinados a recidivar no comportamento criminoso violento; c) psicopatas tem uma carreira criminal mais longa, iniciando-se precocemente, sem uma detecção adequada e prolongando-se além do que se pensava anteriormente. Isto lhes proporcionaria um desenvolvimento em habilidades criminosas e uma ascensão em gravidade de delitos, bem como um modo melhor de evitar a detecção e apreensão de policiais.

  • No que tange a culpabilidade do agente o art. 59 do Código Penal (CP) esclarece: Art. 59 CP. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequência do crime, bem como ao comportamento da vitima estabelecerá conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. (NUCCI, 2009)
    Diante do acima exposto, alguns doutrinados defendem que o Juiz de Direito, não é competente para fazer a avaliação da personalidade do agente, visto a complexidade do assunto, defendem ainda que esta deveria ser realizada por um profissional da área, tal como psicólogos ou psiquiatras, e não por um bacharel em Direito.
    Salientando o contrário, é importante declarar que o exame de insanidade mental só poderá ser pedido por autoridade judicial competente, porém será feito por profissional da área. Conforme disposto no art. 149 do Código Processo Penal (CPP):

  • Art. 149 CPP. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal. (2017)
    Desta forma o profissional competente fará o exame de personalidade do agente e apresentará um laudo judicial, ao qual será avaliado pelo Juiz de Direito que determinará a pena mediante a conclusão tomada
    MATERIAL E MÉTODOS.

  • Este trabalho teve como fins buscar informações, por meio de pesquisa bibliográfica e exploratória, informações necessárias, através de autores que decorrem e expõe e já desenvolveram pesquisas sobre a ponerologia.
    Para este, o primeiro método utilizado foi à pesquisa bibliográfica em livros, revistas, artigos e demais publicações científicas relacionado ao tema, com o propósito de analisar o ponto de vista de vários autores a respeito da contribuição da ponerologia, e a análise do perfil de alguns políticos psicopatas. A internet também foi uma fonte de pesquisa que permitindo o acesso a dados atuais que pudessem ser analisados para este estudo.
    Porém foi preciso várias leituras sobre o tema para selecionar informações importantes e reais para o que foi abordado uma vez que há confrontos entre doutrinadores sobre a imputabilidade ou semi imputabilidade dos indivíduos que apresentam o distúrbio da psicopatia.

  • RESULTADOS E DISCUSSÃO
    O presente trabalho visou aprofundar estudos da ponerologia, para entender esta ciência e quais suas contribuições para o estudo de psicopatas políticos.
    Foi de suma importância esclarecer o leitor do que se tratava esta ciência tão pouco divulgada, qual sua história, seu conceito e seus objetos de estudo.
    “Poneros”, palavra grega, significa “o mal”, assim sendo ponerologia trata-se do estudo do mal, ou a ciência do mal adaptada a propósitos políticos.
    O psiquiatra polonês Andrew Lobaczewski (1921-2007), há sessenta anos enquanto estudante de medicina, juntamente com seus colegas lutaram como antinazistas o que os aproximou e consolidou uma amizade sólida. Após a instauração do regime comunista, a faculdade em que o supracitado estudava contratou novos professores e funcionários enviados pelo governo, tais contratados buscavam impor um modelo ético e moral diferenciado.
    Os estudantes impossibilitados de contrapor-se começaram a reunir a fim de dialogar para defender-se do modelo de conduta estabelecido.
    Durante décadas os amigos, prosseguiram com o estudo em segredo, devido ao regime militar imposto, nada poderia ser publicado. Com o passar do tempo os estudantes foram envelhecendo e morrendo, até que o último Andrew, reuniu todo o estudo seu e de seus colegas e publicou um livro em 2006 no Canadá, com o título traduzido para o Português que significa: “Ponerologia: Psicopatas no Poder”. Em suma, o trabalho foi de grande importância para o estudo do comportamento do mal na esfera política e o quanto essa pesquisa contribuiu para a escassa literatura sobre ponerologia e o mal no poder.

  • CONCLUSÕES
    O estudo do mal levou a conclusão que a linha dominante na entranha dos novos dirigentes, que impunha o modelo de conduta a ser seguido pela sociedade era de forma óbvia a psicopatia. Segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (2013) que é o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais em sua 5ª edição ou (DSM-5) considera que a psicopatia não é uma doença mental associada a loucura ou um distúrbio qualitativo. São de forma geral, pessoas incapazes de sentir pena ou piedade e ainda se encaixar nos padrões éticos e morais da sociedade em que vivem. Expressam profunda depreciação pelas obrigações sociais.
    Buscam a satisfação plena de seus desejos aliada com a desconsideração com o sentir do outro, são emocionalmente superficiais, exibem egocentrismo patológico, baixa tolerância a frustração, não priorizam a responsabilidade e não possuem empatia com os seres, sendo estes humanos ou não.
    Quando o psicopata alcança o poder, os danos causados podem ser muito maiores que os de indivíduos comuns na mesma situação, principalmente quando em estado de guerra, privação econômica rígida, miséria, surtos epidêmicos, estes psicopatas podem adquirir o status de líderes regionais ou nacionais ou se passar por sábios, tais como Adolf Hitler e Stalin, líderes autoritários do passado, tornando-se famosos políticos corruptos que subiram rapidamente na carreira com o intuito de fazer o mal.

  • Myriam Christina Alves Rodrigues

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